O sol desmaia na linha do horizonte,
a tarde chega calmamente.
Cala-se o vento lentamente
e adormece feito criança inocente.
O silêncio toma posse total,
os sonhos fluem vagarosos.
Murmuram as ondas do mar,
temerosas pelas cochas à rolar.
Sinto-me flor sem encanto,
corpo sem alma à vagar.
Sou a cor cinza da aquarela,
sou forma abstrata de se ver.
Sou resto de sonhos perdidos,
sou pedra opaca e sem vida.
Sou lágrima disfarçada em sorriso,
orvalho sem as lindas manhãs.
Sou dedos à tocar as estrelas,
sou fresta à procura de luz.
Sou a fúria da tempestade,
sou regresso e sou partida.
Sou um sonho à alcançar,
sou um desejo à realizar.
Sou simplesmente "eu".
querendo muito te encontrar!
(Cecília-08/2010)
Código de texto: T4370154
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