sábado, 2 de setembro de 2017

Querendo te encontrar...



O sol desmaia na linha do horizonte, 
a tarde chega calmamente.
Cala-se o vento lentamente 
e adormece feito criança inocente.
O silêncio toma posse total, 
os sonhos fluem vagarosos.
Murmuram as ondas do mar, 
temerosas pelas cochas à rolar.
Sinto-me flor sem encanto, 
corpo sem alma à vagar.
Sou a cor cinza da aquarela, 
sou forma abstrata de se ver.
Sou resto de sonhos perdidos, 
sou pedra opaca e sem vida.
Sou lágrima disfarçada em sorriso, 
orvalho sem as lindas manhãs.
Sou dedos à tocar as estrelas, 
sou fresta à procura de luz.
Sou a fúria da tempestade, 
sou regresso e sou partida.
Sou um sonho à alcançar, 
sou um desejo à realizar.
Sou simplesmente "eu".
querendo muito te encontrar!

(Cecília-08/2010)
Código de texto: T4370154

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